Apesar de um crescimento de 22 vezes
no acesso às drogas antirretrovirais entre 2001 e 2010, metade dos
adultos e três quartos das crianças que precisam ainda não têm os remédios
necessários. No centro dessa dificuldade de acesso, diz o relatório da Comissão
Global sobre Aids e Leis das Nações Unidas, está a legislação internacional
sobre patentes e a pressão dos países ricos sobre os pobres para impedir a
produção e a aquisição de genéricos. Mudar o Acordo sobre Direitos de
Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (Trips, na sigla em inglês),
diz o relatório, é essencial para combater a epidemia global de aids. A flexibilização da Trips, feita há
dez anos, abriu brechas para a quebra de patentes ao dizer que a lei deveria ser
interpretada "à luz do objetivo de promover o acesso a
medicamentos para todos". Diversos países, entre eles Brasil, Índia e
África do Sul, usaram esse caminho para diminuir o custo de seus programas de
distribuição de retrovirais.
Em 2007, ao aprovar a licença
compulsória do Efavirenz, o governo brasileiro diminui em 71,8% o custo do
remédio. No entanto, para os países mais pobres, esse caminho é pouco viável.
Sem condições de produzirem suas próprias drogas, eles não têm condições de
melhorar o acesso ao tratamento.
"Dez anos depois, alguns
governos e companhias farmacêuticas estão ativamente minando os direitos e
tentativas dos países usarem a flexibilização da Trips", diz o relatório.
A comissão propõe que a
Secretaria-Geral das Nações Unidas estude uma nova lei de patentes para os produtos farmacêuticos que leve em conta a necessidade de saúde para todos.
Também exige que os países desenvolvidos parem com a pressão sobre os mais
pobres. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
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