Entre janeiro de 2011 e o fim de junho deste ano,
uma média de 3,4 "coquetéis do dia seguinte" foi distribuída por dia
a pessoas que fizeram sexo sem proteção no País e podem ter sido expostas ao
vírus causador da aids, de acordo com o Ministério da Saúde. Em São Paulo,
Estado onde mais se recorre à medida drástica, a média é de 1,6 coquetel por
dia. O medicamento é uma alternativa para quem
tenha feito sexo de forma não segura. É um conjunto de
medicamentos que não garante que a pessoa não seja infectada, mas reduz o risco
de contrair o HIV. O conjunto de drogas só faz efeito se começar a ser
consumido no máximo em 72 horas após a relação - mas o ideal é que os primeiros
medicamentos sejam ingeridos duas horas depois. O tratamento se prolonga por 28 dias. Três
medicamentos podem compor a combinação, que varia conforme as características
do paciente. Em muitos casos, apenas dois são usados. Fabricados pelo governo,
os remédios não são vendidos em farmácias comuns, devendo ser retirados em
unidades de saúde.
O coquetel é distribuído desde 1997 a profissionais
de saúde que atendem eventuais portadores do HIV. Depois passou a ser
recomendado a vítimas de violência sexual. O terceiro grupo a ser atendido foi
de casais sorodiscordantes (quando só um parceiro é infectado) que querem ter
filhos. O último grupo é de quem praticou "exposição sexual
ocasional".
No período analisado, São Paulo distribuiu 917 kits
(48,6% do total). O segundo Estado onde mais se recorre ao coquetel é o Rio
Grande do Sul, com 163 kits (8,6% do total), com uma média de 0,29 ao dia.
O Ministério ressalta que
os medicamentos não garantem que o paciente não contraia o
vírus, diz Dirceu Greco, diretor do
Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais da
pasta. "Se alguém procurar os medicamentos várias vezes, será uma
oportunidade de conscientizá-lo sobre a importância de se proteger.
Para receber o coquetel, o paciente deve ir aos
Serviços de Atendimento Especializado ou a unidades que atendem situações de
urgência. Antes de recomendar o tratamento, o médico avalia o risco a que o
paciente se submeteu. Se ele praticou sexo anal, tem risco maior de contrair o
vírus. Sexo oral é menos arriscado que o vaginal.

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